Epidemia Eterna

Epidemia Eterna

Texto do nosso professor de literatura Evandro Meneses para o jornal O Povo.

 

“Ao passar pelo saudoso e querido centro de Fortaleza deparo-me com uma problemática que independe do tempo e da pandemia vigente, a miséria humana. São homens, mulheres e crianças como que esqueletos redivivos e com aspecto terroso, parafraseando José Américo de Almeida (1887-1980) em seu primordial livro “A Bagaceira”, de 1928.

Pergunto-me o que diriam os grandes poetas e intelectuais do passado que, reunidos nos famosos cafés da praça do Boticário Ferreira, discutiam o próspero e cultural destino da “loura desposada de sol”?

Há tempos acompanhamos esses retratos sociais, essas imagens aterradoras dos moradores de rua, dos miseráveis embrutecidos pela vida, mas acima de tudo, esquecidos pela sociedade; completamente invisíveis até que a visibilidade se faça chegar pela mendicância ou pela violência.

Os números só aumentam, se antes tínhamos centenas, hoje temos aos milhares. Essas pessoas em situação abaixo
da pobreza também são cidadãos e merecem o nosso respeito, a nossa atenção e a nossa dignidade.

Sinto-me, muitas vezes, diante de uma tela de Portinari (1903-1902) ou de uma obra de Rodolfo Teófilo (1853-1932). Em
todos esses momentos me faço a mesma pergunta: o que poderíamos fazer?”

Colégio Darwin

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