Kailash Satyarthi: direito à educação e liberdade para crianças com ferramenta de transformação de vidas.
Kailash Satyarthi
11 de janeiro de 1954 – (está vivo).
Ao abandonar a Engenharia para combater o trabalho infantil, Kailash Satyarthi aliou educação e libertação para mostrar ao mundo que crianças devem viver suas infâncias com segurança, alfabetização, e livres de abusos e explorações.
Ainda na infância, o indiano Kailash Satyarthi percebeu a desigualdade social de seu país. Ao ver um garoto de idade próxima à sua, na porta da escola onde estudava, indagou à professora por que o menino não estava na escola. E recebeu como resposta que era comum que crianças pobres precisavam trabalhar. Ao saber que isso era uma realidade, estudou e economizou dinheiro para pagar mensalidades para crianças pobres. E, assim, decidiu fazer algo além de juntar antigos livros. Em um país onde não havias leis contra o trabalho infantil até 1986, Satyarthi fundou o Movimento Salve a Infância (Bachpan Bachao Andolan) em 1980, que ajudou a tirar da exploração mais 85 mil crianças na Índia.
A Marcha Global Contra o Trabalho Infantil é fruto de sua iniciativa. Criada em 1998, contribuiu para um marco: a Convenção 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que instituiu a Proibição das Piores Formas de Trabalho Infantil e Ação Imediata para sua Eliminação. Foi aprovada por unanimidade, por 181 países, em 1999.
Outra marcha surgiu, a Bharat Yatra, pelo fim do abuso sexual e do tráfico de crianças. Com o apoio de 1,4 milhão de pessoas, a iniciativa, ao abordar a questão da violência contra as crianças, incluindo casamento e exploração infantil, que continuam a ser obstáculos enormes à educação.
O trabalho de Satyarthi segue pelo mundo, em eventos e campanhas pela educação, incentivando o engajamento da sociedade civil, governos e demais instituições na segurança de meninos e meninas em todo o globo.
SAIBA MAIS
Kailash Satyarthi ganhou O Prêmio Nobel da Paz em 2014, juntamente com a paquistanesa Malala Yousafzay, uma das pacifistas do Colégio Darwin, por sua “luta contra a supressão de crianças e jovens e pelo direito de todas as crianças à educação”. Ele também participa pessoalmente do resgate de crianças em ações pontuais e já salvou aproximadamente 80 mil crianças em mais de três décadas de trabalho.